Sob a superfície do texto: As palavras apagadas no processo

  • Luís Filipe Barbeiro Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superior de Educação e Ciências Sociais.

Resumo

Neste artigo, focamo-nos na operação de supressão ou apagamento, a partir de dados recolhidos na escrita colaborativa em interação processual (escrita reativa, na terminologia de Lowry et al., 2004), de alunos de diferentes níveis do ensino básico. Esta modalidade de escrita dá acesso às operações que são realizadas e também a eventuais argumentos apresentados como fundamentação. A incidência em diferentes níveis de escolaridade do ensino básico pretende apreender o percurso de evolução, de uma forma mais distintiva, face a contrastes mais latos, como entre crianças e adultos experientes (Sommers, 1980). A incidência apenas na operação de supressão visa permitir uma análise mais específica dos níveis e estruturas linguísticas em que esta operação é ativada e dos argumentos que a fundamentam.

O objetivo consiste em captar a presença da operação de supressão, numa tarefa de escrita colaborativa, considerando os níveis em que é realizada e os critérios que fundamentam a sua ativação. De forma específica, procura-se responder a questões de investigação repartidas por três vertentes e considerando os diferentes níveis de escolaridade: 1. Frequência: qual a frequência da operação de supressão? 2. Nível estrutural: quais os níveis linguístico-estruturais em que é ativada? 3. Fundamentação: qual a presença na interação de argumentos que fundamentam a supressão e quais os critérios considerados, de forma mais saliente? Com base nas respostas obtidas, pretende-se projetar os resultados para a ação que poderá ser desenvolvida no ensino-aprendizagem.

Publicado
2019-04-10
Secção
Estudos linguí­sticos