Expressão oral: entre a avaliação holística e a avaliação analítica
Resumo
O artigo centra-se numa reflexão sobre os processos de avaliação do domínio da expressão oral na sala de aula. Partindo da hipótese de que no contexto do ensino-aprendizagem oral existem práticas comuns, adotadas por muitos professores e espelhadas nos materiais didáticos, defende-se que a abordagem desta competência se processa sobretudo de forma holística. Com base nos dados da observação empírica e na análise das grelhas de avaliação da expressão oral propostas pelos diferentes manuais escolares, pode-se deduzir que a escola tende a tratar as apresentações orais em todos os seus domínios em cada intervenção, desde o verbal ao cinésico e o paralinguística, sem se dedicar a conteúdos específicos. É ainda efectuada uma análise das Aprendizagens Essenciais de forma a identificar quer os conteúdos/conhecimentos ministrados em cada ano/ciclo lectivo, quer os planos orais contemplados e a sua organização ao longo do percurso escolar. Argumenta-se que esta conceção do ensino oral atual tem consequências para as práticas de avaliação que se orientam, igualmente, para uma observação holística que considera a globalidade dos parâmetros que envolvem uma apresentação oral.