Promoção da competência comunicativa oral no Ensino Básico
Desafios e propostas
Resumo
A competência comunicativa oral (CCO) enfatiza o uso efetivo da linguagem em contextos específicos de comunicação, regidos por normas socioculturais (Hymes, 1972). Segundo Rosales-Lopez (1994a), um indivíduo comunica de forma eficaz quando domina as diferentes linguagens: verbais, paraverbais e não-verbais. Atendendo aos documentos orientadores para o 7.º ano de escolaridade - Aprendizagens Essenciais e Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória (Ministério da Educação, 2017, 2018), foi elaborado o programa Comunicação e Expressão Oral: falar, ouvir e ler no ensino básico – 7.º ano (CEO – 7), para apoiar a definição de estratégias e de atividades a operacionalizar para o ensino explícito da CCO. Neste artigo, são apresentados os resultados do estudo quase‑experimental realizado para avaliar o impacto da implementação deste programa na CCO (habilidades verbais, paraverbais, não verbais, e CCO total). Foi usada uma amostra de 122 alunos a frequentar duas escolas públicas do Norte de Portugal. Destes, 67 constituíram o Grupo Experimental e 55 o Grupo de Controlo, variando a idade entre os 11 e os 16 anos, (M = 12,19, DP = 0,84). Após o controlo dos resultados do pré-teste, registaram-se, no final da intervenção, diferenças significativas na CCO a favor do grupo experimental (Traço de Pillai = 0,0193, F (3, 115) = 9,196, p <0,001, ηp2 = 0,193). Os testes ANCOVA revelam também diferenças estatisticamente significativas entre os grupos nas três componentes da CCO. O tamanho do efeito é grande para a CCO total e para as habilidades verbais e moderado para as habilidades paraverbais e não-verbais. A metodologia de infusão curricular adotada na aplicação mostrou ser exequível, pelo que o CEO – 7 poderá ser um instrumento eficaz para o ensino explícito da CCO nas aulas de Português.