As conceções de alunos do 2.º Ciclo do Ensino Básico sobre o ensino e a aprendizagem da Gramática do Português

  • Valter Rato Escola Superior de Educação de Lisboa
  • Susana Pereira Escola Superior de Educação de Lisboa
  • Bianor Valente Escola Superior de Educação de Lisboa
Palavras-chave: 2.º Ciclo do Ensino Básico;, Conceções, Gramática, Português

Resumo

Há já algum tempo que a Gramática tem vindo a ser catalogada como uma competência problemática no ensino-aprendizagem do Português (Silva, 2016). A literatura e os estudos que envolvem como participantes professores e alunos dos mais diversos ciclos de ensino têm confirmado esta perceção (Ferreira, 2012, 2018).

Deste modo, uma larga maioria de docentes confessa: (i) desvalorizar o trabalho da Gramática a favor das restantes componentes da língua (Silva & Pereira, 2017); (ii) promover atividades, na sua generalidade, de natureza dedutiva/expositiva (Pereira, 2010); (iii) apresentar dificuldades numa dimensão científica e pedagógica (Cardoso, Pereira, Leite & Silva, 2018); (iv) ter havido uma instabilidade de programas educativos oficiais e a falta de uma terminologia linguística uniformizadora (Viegas & Teixeira, 2019).

No mesmo sentido, os alunos têm apresentado resultados francamente insatisfatórios em exercícios de explicitação gramatical (Ucha, 2007) e evidenciam valorizar outras competências da sua língua materna (Sim-Sim & Rodrigues, 2006). Face ao referido, a literatura tem veiculado a ideia de que os alunos não se sentem motivados nem gostam de aprender Gramática (Gorgulho & Teixeira, 2016).

Não obstante, os estudos são escassos quando se pretende saber, de uma forma mais precisa, as conceções que os alunos apresentam a respeito da competência gramatical. No entender de Madeira (2005), as conceções influenciam o processo de ensino-aprendizagem dos professores e dos alunos pelo que se torna importante conhecê-las.

Publicado
2022-11-26
Seção
Estudos linguí­sticos