Avaliar a oralidade:
Desafios para um futuro presente?
Resumo
Pede-me a APP uma reflexão sobre a avaliação da oralidade, e eu exulto e temo. Esclareço: como professora de língua estrangeira, é uma área, digamos, close to my heart, perdoem-me o anglicismo que levo entranhado. Na didática da língua estrangeira, e nos seus principais documentos enquadradores, a produção oral (speaking, sprechen, hablar, l'expression orale, só para nos centrarmos nas principais línguas estrangeiras do currículo português) é, só por si, uma competência objeto de aprendizagem dentro da competência comunicativa. Embora saibamos que, numa situação de interação não deixará nunca de haver a intervenção da compreensão do oral (listening, hören, comprensión auditiva, la compréhension orale), são, por direito, domínios independentes dentro das competências de comunicação. Não é assim na didática do português, como podemos perceber da leitura das Aprendizagens essenciais da disciplina, quando são estabelecidos os princípios básicos do que os alunos devem desenvolver no domínio da oralidade – entenda-se compreensão e expressão. No que a este breve e humilde texto diz respeito, falarei de oralidade no âmbito da expressão oral – não porque presuma de capacidade para ajuizar da fundamentação científica de um e de outro ponto de vista sobre o que constitui o domínio da oralidade, mas sim porque é a expressão, e não a compreensão, o objeto da minha reflexão. a compreensão, o objeto da minha reflexão.