Quem tem medo da oralidade? Ninguém
O ensino/aprendizagem do oral a partir do texto literário: os exemplos de Sermão de Santo António aos Peixes e de Frei Luís de Sousa
Resumo
O presente artigo traduz uma reflexão sobre a(s) forma(s) como se pode promover o ensino/aprendizagem do oral com base no texto literário, numa perspetiva de aproximação ou complementaridade. É prática contemplar apenas, na sequência da leitura e análise de textos literários, o aprofundamento da competência da produção escrita. Neste artigo, consideramos que a oralidade e o texto literário, apesar das especificidades que os caracterizam e que parecem servir uma dicotomia insanável em contexto de sala de aula, podem ser trabalhados em enriquecedora interligação, daí resultando consolidação de conteúdos e maior capacidade de mobilização de conhecimentos entre domínios, o que favorece uma visão integrada da língua e um mais competente desempenho linguístico e comunicativo por parte dos alunos. Para validar esta posição didática, foram escolhidas duas obras de leitura obrigatória na disciplina de Português do 11.º ano: Sermão de Santo António aos Peixes e Frei Luís de Sousa.