Pluricentrismo em Portugal
Resumo
Pelo menos no caso das línguas, como o português, que se difundiram pelo mundo num contexto político e social de hegemonia europeia observa-se, em todos os países que as falam, a tendência mais ou menos acentuada para fazer perdurar a centralidade da norma da antiga metrópole colonial. Desta forma, as variedades dos países que foram colonizados tendem a ser encaradas como formas menos corretas e/ou prestigiadas de utilizar as línguas originalmente europeias (Clyne, 1992: 459). Esta estigmatização das normas emergentes do Outro africano, americano ou asiático verifica-se tanto entre os falantes europeus como entre os próprios falantes extraeuropeus da língua. Este é o principal obstáculo, quiçá o único, à afirmação do pluricentrismo de línguas constituídas por variedades geográficas distintas, faladas em diferentes países em que a língua é oficial.
Excertos de artigos podem ser transcritos no contexto das normas do trabalho intelectual, com a referência bilbiográfica exata ao texto de origem.